Candidata paulista quase desanimou
Sabrina Paiva, a miss São Paulo, foi a primeira miss negra eleita neste ano. Natural de Caconde, interior de São Paulo, ela teve muito apoio de sua mãe para vencer a etapa estadual do concurso. “Sabrina já estava desanimando. Ouviu de algumas pessoas que não chegaria a lugar nenhum porque era pobre. Eu andei com ela por toda a cidade para arrecadar dinheiro”, conta Dulce Aparecida de Oliveira Carvalho, 39 anos, desempregada.
“Onde moramos só tem roça, está complicado de arrumar emprego”, conta Dulce, que tem orgulho de ver a filha como representante da beleza negra. “Ela disse isso desde o início, que seria uma representante da cultura negra”, conta a mãe orgulhosa.
Sabrina tem medidas de modelo. Com 1,82 m de altura, tem 58 kg, 80 cm de busto, 59 cm de cintura e 89 cm de quadril.
Outra representante negra é Beatriz Leite, do Espírito Santo, nascida em Castelo. “Eu chorei ao receber a notícia de que ela havia ganhado o concurso de miss”, diz o pai, Maxwell de Oliveira Nale, 47 anos, oficial polivalente. “Quando criança, ela fazia aulas de balé e logo se tornou professora. Todo ano, ganhava concursos de dança”, lembra. “Graças a Deus, tudo melhorou. Não acredito que ela tenha chegado a sofrer racismo. Acontece que meu pai é italiano, minha mãe é negra, e a mãe dela é descendente de portugueses. Ela é mais clara, mas tem os traços negros, lábios carnudos e cabelo crespo.”