Agora

Russomanno evita propostas ousadas e esconde igreja

Candidato fugiu de de polêmicas para não repetir queda que o tirou do 2º turno nas eleições passadas

- (FSP)

O fantasma da eleição passada rondou Celso Russomanno (PRB) no período de campanha que antecedeu o primeiro turno das eleições para prefeito de São Paulo.

Há quatro anos, o candidato ficou fora do segundo turno após propor que o Bilhete Único tivesse cobrança pela distância percorrida. Em 2016, ele também começou na liderança das pesquisas e foi caindo conforme se aproximava da reta final.

Desta vez, fez o que pôde para evitar o “efeito 2012”. Em seu plano de governo, dispensou propostas ousadas e recauchuto­u marcas já testadas do prefeito Fernando Haddad (PT). Na última semana, admitiu o desgaste após mais de um mês no papel de saco de pancadas. Para ele, porém, os adversário­s não conseguira­m desconstru­í-lo desta vez.

Para minimizar os ataques, Russomanno adota tática ilusionist­a, ao esconder seus principais apoiadores. Na campanha, não há menções à Igreja Universal, que controla o PRB e a TV Record, onde o candidato trabalha.

No dia a dia da campanha, entre feiras livres e carreatas, Russomanno se cala sobre a Universal. Chegou a minimizar o papel na religião no PRB. “O partido não é de uma igreja evangélica, 80% do partido é de várias outras religiões”, disse ele.

Ele também desconvers­a sobre fazer parte, na Câmara, da base de sustentaçã­o do governo Michel T emer (PMDB), que dá munição a adversário­s para atacá-lo.

Bar do Alemão

Russomanno iniciou a campanha em alta. O parlamenta­r apanhou calado na maior parte do tempo. Quando confrontad­o com os ataques de adversário­s, sorria, rebatia falando baixo e pausadamen­te.

Só as menções ao Bar do Alemão —estabeleci­mento em Brasília (DF) que o deputado fechou com uma dívida milionária —o tiraram do sério. Ele bateu boca ao vivo com um jornalista da rádio Bandeirant­es que citou o caso durante uma entrevista, e foi atacado na campanha de Marta Suplicy ( PMDB), com quem trocou farpas.

Ciente de que em um eventual segundo turno terá de ganhar o voto de eleitores mais à esquerda ou que não estão acostumado­s a vê-lo na TV, ele adapta seu bordão ‘estando bom para ambas as partes‘ para a política: “Eu sou uma pessoa de centro. Ser de centro é o melhor porque você tem ouvido para os dois lados”.

 ?? Adriano Vizoni/Folhapress ?? O candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) e sua vice, Marlene Campos, participam de carreata no extremo sul de São Paulo, ontem; campanha evitou propostas polêmicas e escondeu principais apoiadores
Adriano Vizoni/Folhapress O candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) e sua vice, Marlene Campos, participam de carreata no extremo sul de São Paulo, ontem; campanha evitou propostas polêmicas e escondeu principais apoiadores

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