Pacientes têm que imprimir exame em loja
Como a impressora do Pronto Atendimento em Santo André está quebrada, paciente paga para ter exame
Pacientes do Pronto Atendimento 24 Horas do Bangu, em Santo André (ABC), estão tendo que pagar para imprimir resultado de exames. Segundo o segurança Mamédio de Souza Ramalho, 50 anos, o motivo é o fato de a impressora do local estar quebrada há mais de um mês.
Ele só soube que teria de pagar pela impressão na terça-feira, quando foi retirar exames de sangue para diagnosticar diabetes. Segundo ele, uma funcionária disse que a impressora estava quebrada e o orientou a imprimir os exames em uma bomboniere a 500 m dali.
“Eles me deram um código de barras e uma senha para entregar em uma bomboniere. Chegando lá, a moça entrou no sistema do laboratório, localizou meus exames e imprimiu”, afirmou Ramalho, que teve que pagar R$ 3 pelas três folhas de exames.
O dono da bomboniere Doce Coração, Roberto Pereira Matos, 61 anos, disse que há um mês e meio imprime, diariamente, exames. Porém, a situação se arrasta há um ano. “Quando eles consertam a impressora, os pacientes deixam de vir. Aí quebra de novo, eles voltam”, afirmou.
Papel e tinta
Matos disse atender de 20 a 30 pacientes por dia. Alguns chegam sem saber que o serviço é pago. “Eu tenho que cobrar porque tenho custo com papel e tinta. Mas alguns que não têm condi- ções eu nem cobro”, afirmou o comerciante.
Segundo Ramalho, a funcionária do pronto-atendimento afirmou que já foi solicitada uma nova impressora para o serviço, mas o pedido ainda não foi atendido. Para ele, a situação é absurda, pois muitos não conseguem nem pagar, nem se locomover até o comércio. “Eu ainda tenho condições de pagar e de andar. Mas e quem não tem?”, pergunta Ramalho.