Lava Jato diz que filhos de Cunha participaram de crimes
Três filhos são sócios de firma que recebeu R$ 1 milhão da Gol, valor apontado como propina paga a Cunha
Para os procuradores da Força Tarefa da Operação Lava Jato, há evidências de que três filhos do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) participaram de uma “série de fatos criminosos graves” como o recebimento de propinas e lavagem de dinheiro.
As informações constam do pedido de prisão feito contra Cunha. Os três filhos mais velhos dele são sócios de uma empresa investigada pela Lava Jato e suspeita de ter recebido dinheiro de suborno pago pela empresa Gol Linhas Aéreas.
As atenções dos procuradores se voltaram ao trio após a quebra do sigilo fiscal e bancário de empresas pertencentes a eles. De acordo com o pedido de prisão contra Cunha, a análise da movimentação financeira de uma empresa da qual os três são sócios “revelaram evidências da participação da companheira (Cláudia Cordeiro Cruz) e dos filhos do ex-deputado federal em uma série de fatos criminosos graves”.
Os filhos mencionados são Danielle Dytz Cunha Doctorovich, Camilla Dytz Cunha e Felipe Dytz Cunha. Os três são sócios da empresa GDAV Serviços de Publicidade. A empresa, segundo as investigações da Lava Jato, recebeu R$ 1 milhão da agência de publicidade Almap Publicidade e Comunicação a pedido da Gol Linhas Aéreas.
No total, os procuradores avaliam que empresas ligadas a Cunha receberam R$ 3 milhões de empresas ligadas à família Constantino, que controla a Gol Linhas Aéreas e o Grupo Comporte, de transporte terrestre.
Um relatório da Receita Federal indica que, em 2013, a GDAV tinha apenas um funcionário.
No pedido de prisão contra Cunha, os procuradores ressaltam que não há indícios de que a empresa dos filhos de Cunha tenham efetivamente prestado serviços que justificassem os pagamentos.
Os procuradores também indicam que Danielle teria usado dinheiro de propina para pagar o seu casamento, realizado em 2011 no hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.