PF faz operação no Senado e prende policiais legislativos
Para a Polícia Federal, agentes atrapalharam investigações da Lava Jato sobre senadores e removeram escutas
A Polícia Federal realizou ontem, a Operação Métis, para acabar com uma suposta organização criminosa que tentava atrapalhar investigações da Lava Jato.
Houve busca e apreensão nas dependências da Polícia Legislativa, no subsolo do prédio do Senado.
Quatro policiais legislativos foram presos provisoriamente (cinco dias): Pedro Ricardo Carvalho, diretor da polícia do Senado, Geraldo Cesar de Deus Oliveira, Everton Taborda e Antonio Tavares.
Carvalho, há 11 anos no posto, é homem de confiança do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e foi nomeado por ele.
“Foram obtidas provas de que o grupo, liderado pelo diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência”, diz nota da PF.
“Em um dos eventos, o diretor da Polícia do Senado ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de senador”, afirma o texto.
A operação começou com informações de um policial legislativo. Ele contou que estavam sendo feitas varreduras anti-grampo em en- dereços fora do Senado. Pelas normas da Casa, as varreduras podem ser feitas nas dependências do Senado. O Ministério Público Federal informou que ele fez um acordo de delação premiada.
Os aparelhos de detecção de grampos teriam sido usados em seis imóveis ligados a dois senadores e dois ex-senadores: Fernando Collor (PTC-AL), Lobão Filho (PMDBMA), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e José Sarney (PMDB-MA).
O Ministério Público do DF confirmou, em nota, que os policiais legislativos fizeram viagens a São Luís (MA) e Curitiba (PR) para fazer o trabalho anti-grampo.