Agora

Postos também sofrem com falta de fraldas e seringas

Além de ficar sem remédios, pacientes não conseguem retirar fitas para medir glicose

- (Regiane Soares)

Além da falta de remédios nas farmácias dos postos de saúde da Prefeitura de São Paulo e do atraso na entrega de medicament­os doados pela indústria farmacêuti­ca à gestão João Doria (PSDB), os pacientes têm que lidar com a falta de materiais e insumos, como fitas para medir glicose, seringa para aplicar insulina e fraldas geriátrica­s.

A reportagem entrou em contato por telefone, na quarta-feira, com 15 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e somente em uma havia fita para medir glicose e seringa: a UBS Paulo 6º, em Raposo Tavares (zona oeste). Mas o funcionári­o não informou se havia fraldas geriátrica­s. Nas demais faltavam fitas, seringa ou fralda geriátrica (veja quadro abaixo).

Pacientes com diabetes que procuram os postos da Vila Humaitá, do Bom Retiro e Boracea, na região central, Morada do Sol e Dr. Walter Elias, na zona norte, entre outras, não conseguem retirar seringas nem fitas.

Os funcionári­os dos postos de saúde consultado­s não souberam explicar o motivo da falta de materiais. Mas a maioria deles disse que os insumos estavam em falta e que não havia previsão para chegar às unidades. “Esses materiais estão em falta faz um tempinho”, afirmou um funcionári­o da UBS Boracea, na Santa Cecília.

A Secretaria Municipal da Saúde, da gestão Doria, admitiu a falta dos materiais e disse que já providenci­ou a compra (leia abaixo).

A falta dos insumos alterou a rotina na casa do aposentado Wilson Ferreira, 76 anos. Há um mês ele não consegue retirar as fraldas para a filha, que tem paralisia cerebral. O aposentado costumava retirar 15 pacotes na UBS Vila Santo Estevão, no Tatuapé (zona leste), mas a unidade disse para ele que não tem mais fralda nem soube dizer quando chega.

“Temos que ficar ligando no posto para saber se chegou ou não a fralda. Enquanto isso, estamos comprando as fraldas no Brás (região central), onde são mais baratas”, afirmou Ferreira, que não soube dizer quanto gastou com os produtos.

 ?? Ronny Santos/Folhapress ?? O aposentado José Roberto de Ramos, 74 anos, que há dois meses não consegue retirar fitas para medir a glicose nem seringas para injetar a insulina na UBS Água Rasa (zona leste); ele está gastando R$ 400 por mês
Ronny Santos/Folhapress O aposentado José Roberto de Ramos, 74 anos, que há dois meses não consegue retirar fitas para medir a glicose nem seringas para injetar a insulina na UBS Água Rasa (zona leste); ele está gastando R$ 400 por mês

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