Agora

Ex-goleiro Bruno deixa prisão após seis anos e sete meses

Supremo decidiu que ex-goleiro, condenado pela morte de Eliza Samudio, pode recorrer em liberdade

- (FSP e UOL)

Santa Luzia (MG) O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza, 32, condenado por matar a amante Eliza Samudio, em 2010, foi solto na noite de ontem após um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele estava preso na Apac (Associação de Proteção e Assistênci­a ao Condenado), em Santa Luzia, na Grande Belo Horizonte (MG).

Embora tivesse sido condenado em primeira instância em 2013, ainda aguardava a análise de recurso pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O ministro Marco Aurélio argumentou que Bruno não poderia seguir encarcerad­o com base na prisão preventiva, sem julgamento da apelação em segunda instância. Por isso, decidiu que ele poderia recorrer em liberdade.

“A esta altura, sem culpa formada, o paciente está preso há seis anos e sete meses. Nada, absolutame­nte nada, justifica tal fato”, disse Marco Aurélio, ressaltand­o que a detenção de Bruno continuava sendo de natureza provisória.

Bruno e seu amigo e braço direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, foram condenados, em 2013, a 22 anos e 15 anos de prisão, respectiva­mente, pela morte e ocultação do cadáver de Elisa.

Clamor social

O ministro do Supremo, em sua decisão, disse que Bruno não poderia ficar preso enquanto espera o recurso por causa da pressão da sociedade. “O clamor social surge como elemento neutro, insuficien­te a respaldar a preventiva. Por fim, colocou-se em segundo plano o fato de o paciente ser primário e possuir bons antecedent­es‘, escreveu Marco Aurélio.

O deputado federal Edson Moreira da Silva (PR-MG), que foi delegado responsáve­l pelo inquérito do desapareci­mento de Elisa Samudio, afirmou que a soltura do exgoleiro pode encerrar de vez a possibilid­ade de encontrar o corpo. “Com a liberdade dele, o corpo nunca mais vai ser encontrado. Ele não vai deixar”, disse. Moreira criticou ainda a decisão do ministro Marco Aurélio. “Estou muito chateado com essa decisão”, afirmou o agora deputado federal.

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Vagner Antônio - 21.nov.2011/TJMG Bruno, faz sinal ao deixar a cadeia, de mãos dadas com a mulher, a dentista Ingrid Calheiros; de acordo com o ministro Marco Aurélio Mello, goleiro não poderia permanecer preso por conta de pressão popular
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