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Cuidado com a

Aposta dos fabricante­s para retomar vendas, financiame­nto ‘balão’ atrai pela parcela pequena, mas há risco

- (Fernando Pedroso)

Cada vez mais montadoras estão oferecendo a venda de seus carros com o financiame­nto do tipo “balão”. Ele exige entradas a partir de 30% do valor do carro e deixa outros 30% para pagamento só no final das 36 parcelas, que ficam menores do que em um financiame­nto comum (saiba mais no quadro abaixo).

A ideia das montadoras é que, ao final do período, o consumidor quite essa última prestação com a venda do próprio veículo e troca por um novo, mas a operação exige a- tenção dos consumidor­es.

“É uma armadilha para o consumidor”, alerta Myrian Lund, professora da FGV (Fundação Getulio Vargas). “Na escolha de um carro, a maior parte dos consumidor­es vão pela emoção e não pensam a longo prazo. Só veem que a prestação é mais baixa.”

Para ela, a tentação da parcela menor é a arma das mon- tadoras para venderem mais financiame­ntos. “Depois de três anos, chega a parcela mais alta e, se o comprador não se planejou, a saída vai ser vender o carro para pagar e ficar sem dinheiro para comprar outro”, alerta.

A professora também dá conselhos para os financiame­ntos com a taxa zero.

“As prestações já são fixadas e o comprador não consegue negociar um desconto”. Se o valor do veículo cair 5%, já compensa fazer um parcelamen­to com juros, segundo ela (mais na página ao lado).

Outra dica é sempre negociar o valor da compra a vista antes de falar em financiame­nto com o vendedor para conseguir um negócio melhor.

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