Fora dos trilhos
Na madrugada de quinta-feira (23), um trem da CPTM descarrilou na zona leste da cidade. Dois dias antes, o mesmo havia acontecido com uma composição do Metrô na linha 5-lilás. E duas semanas antes, na linha 3-vermelha.
Ninguém se machucou com gravidade, felizmente, mas o transtorno nesses casos é sempre grande.
O acidente com o trem da CPTM, na linha 12-safira, afetou o sistema de energia, e a circulação ficou interrompida entre Itaim Paulista e Calmon Viana.
A companhia, assim como o Metrô, é con- trolada pelo governo de São Paulo. Não é possível apontar com certeza os motivos dos problemas, mas sabe-se que muitos investimentos do Estado andam mal parados.
A linha 5-lilás está com o cronograma atrasado. Pior ainda: ela tem 26 composições novas, que custaram a bolada de R$ 615 milhões, parados no pátio.
A verba para manutenção de linhas, trens e estações do Metrô foi reduzida em quase 60% nos últimos dois anos.
Em 2014, foram gastos R$ 409 milhões na modernização de quatro linhas; no ano passado, o desembolso não passou de R$ 168 milhões.
É claro que boa parte dessa queda tem a ver com a crise geral do país. Como aumentou o desemprego e caíram os salários, as pessoas consomem menos.
Isso significa menos receita para os governos e suas empresas.
Em São Paulo, as tarifas do Metrô e da CPTM estão congeladas em R$ 3,80. É bom para a população, sem dúvida, mas também limita a arrecadação.
De todo modo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) diz que há recursos suficientes. Então, é bom explicar direito tanto descarrilamento.