Pedestre tem pouco tempo de travessia na Paulista
Como os semáforos privilegiam os carros, pessoas se arriscam ao atravessar ruas que cortam avenida
Pouco tempo para travessia e longa espera na calçada estão no caminho de pedestres que pretendem cruzar as transversais da avenida Paulista (região central). Os semáforos são programados para privilegiar os carros e, por isso, sobra pouco tempo para quem anda a pé.
Na última semana, o Agora constatou que, em média, os semáforos ficam abertos apenas 15 segundos para pedestres nas vias transversais da região da Paulista, enquanto sobram 135 segundos para os carros em geral. Ou seja, quem anda a pé é obrigado a esperar mais de dois minutos para cruzar um trecho de cerca de 10 metros na rua.
O ponto mais crítico fica no cruzamento com a rua Augusta, nos dois lados da Paulista. “Quando o ônibus passa reto na avenida, o pessoal aproveita e se joga para atravessar. Sobra pouco tempo para quem anda a pé. Mal abre e já está piscando no vermelho”, diz a gerente Sayonara Machado Celestino, 22 anos, que passa por ali todo dia.
Quando o semáforo está vermelho para o tráfego na Augusta e liberado só para a conversão de carros da Paulista, os pedestre chegam a parar o trânsito, tamanha a quantidade de pessoas a pé.
No cruzamento com a rua Pamplona, no lado dos Jardins, pedestres também se arriscam para não perder tanto tempo no semáforo. Mesmo quem aguarda a abertura reclama, principalmente idosos. “O pior é que, se a gente for correr, ainda tem o risco de tropeçar e cair”, diz a aposentada Margarida Marcolina, 73 anos.
O problema se repete no cruzamento com a Peixoto Gomide. Em cerca de 30 minutos, o Agora viu, várias vezes, veículos triscando os pedestres. “É muita dificuldade só para atravessar uma rua”, diz a dona de casa Vilma Baltazar da Silva, 59 anos, que usa andador.