Misturas com samba No disco “Essência da Origem”, a dupla Prettos faz o samba conversar com outros estilos musicais
Os irmãos Maurilio de Oliveira e Magnu Sousá colocaram o samba para passear em outros terrenos. Os dois, que formam a dupla Prettos, lançaram “Essência da Origem”, disco que já está nas lojas e que apresenta a mistura do samba com outros estilos. “Desde o início, pensamos o álbum dessa forma. A gente sempre acreditou que o samba poderia se enriquecer com outros ritmos. Encontramos muita resistência, entre sambistas, com relação a isso. Espero que entendam qual é o nosso objetivo”, conta Oliveira.
Ele revela que nunca entendeu as barreiras que os títulos costumam impor. “Há essa discussão, por exemplo, com relação à MPB. O samba não pode ser chamado assim, e não existe nada mais popular e brasileiro do que o samba. É curioso”, explica.
No novo disco da dupla, o diálogo acontece inclusive com estilos musicais de outros países. A música “Cundum” tem a participação do rapper paulistano Emicida, citando versos de “Coração (Samba Anatômico)”, composição do sambista carioca Noel Rosa (1910-1937).
“O título é uma referência às batidas do coração, o que combina com a música. Chamamos o Emicida porque é um artista que, como nós, não tem pudor em visitar outros ritmos em suas músicas”, conta Oliveira.
A faixa que dá nome ao CD é um baião que faz uma ho- menagem aos boiadeiros e à vida no interior. Já “Cai Fora” lembra as composições da bossa nova dos anos 1960.
Com algumas estrofes cantadas em espanhol, “Sambolatino” exalta a cultura dos países latinos e tem a participação do violonista paulista Alessandro Penezzi.
O samba de raiz, no entanto, não ficou de fora. Primeira música a ser divulgada, “Sem Marcas da Dor” poderia figurar em qualquer roda de samba. “Embora o tema do CD seja a mistura, o samba continua sendo o nosso norte”, conta Oliveira.
As 12 faixas do disco “Essência da Origem” podem ser ouvidas de graça no site