Agora

Água chega marrom a casas em Diadema desde janeiro

Moradores da rua São Rafael dizem que a cada quatro dias a água que sai das torneiras está suja

- (Tatiana Cavalcanti)

A água que os moradores da rua São Rafael, no centro de Diadema (ABC), recebem da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) está marrom. Segundo eles, o problema ocorreu na época da crise da água, há quase três anos. Depois, parou, mas voltou desde o início deste ano.

Eles contam que a água fica marrom em um dia, depois passa até quatro “limpa”. Depois, volta a ficar marrom. À essa situação, eles associam a diarreia que acometeu alguns moradores.

Quando colocada em um copo de vidro, a água fica tão escura que parece estar misturada com barro. Quando o copo fica parado, a sujeira assenta no fundo e a água fica amarelada, gosmenta.

Preocupada com a cor da água que sai de sua torneira, que vem da rua, a auxiliar administra­tivo Terezinha Bezerra, 63 anos, decidiu limpar a caixa-d‘água, que fica na laje de casa, em janeiro. Também colocou um filtro nela, mas não adiantou.

Não contente com o resultado, ela repetiu o processo no Carnaval, em fevereiro, mas o líquido que sai da caixa ainda é marrom e com leve cheiro, como contatou a reportagem do Agora ontem.

“Não sei mais o que fazer. É muito desgastant­e”, diz a moradora, que paga, em média R$ 35 por mês à Sabesp, por esse serviço. “Moro sozinha, mas acabo comprando galão de água mineral para garantir a comida saudável da minha neta, quando ela me visita. Mas aí vão mais R$ 100”, lamenta.

Risco absurdo

“Imagina beber uma água dessa. Tem que ter muita coragem. É um absurdo o risco que nossa saúde corre”, afirma a dona de casa Cristiane Moraes, 32 anos.

Ela tem uma filha de oito meses, Valentina, e não deixa a menina consumir a água, mesmo quando incolor. “Não arrisco. Não quero ela com diarreia ou outras doenças. Para ela, compro água mineral até para fazer a comidinha”, afirma.

 ?? Rivaldo Gomes/Folhapress ?? A auxiliar administra­tivo Terezinha Bezerra, 63 anos, moradora da rua São Rafael, em Diadema (ABC), mostra sujeira em filtro ligado à caixa-d’água; ela afirma que paga, em média, R$ 35 por mês à Sabesp
Rivaldo Gomes/Folhapress A auxiliar administra­tivo Terezinha Bezerra, 63 anos, moradora da rua São Rafael, em Diadema (ABC), mostra sujeira em filtro ligado à caixa-d’água; ela afirma que paga, em média, R$ 35 por mês à Sabesp

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