Operador citado processa o amigo do presidente
O corretor Lúcio Funaro entrou ontem na Justiça contra José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, pelos crimes de injúria e difamação.
Na ação, protocolada na 7ª Vara Criminal de Brasília, Funaro, preso desde julho do ano passado pela Operação Lava Jato, também indica Temer como uma de suas cinco testemunhas no caso.
Yunes declarou à Procura- doria-Geral da República no início do ano que recebeu Funaro em seu escritório em São Paulo, em 2014.
De acordo com o amigo de Temer, o corretor, apontado como operador financeiro do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), levou para ele um pacote, a pedido de Eliseu Padilha, hoje ministro da Casa Civil.
Yunes disse ainda não saber o que havia dentro desse pacote e que uma terceira pessoa, da qual ele não se recorda, passou para retirar.
Yunes diz ter sido “mula involuntária” de Padilha.
O episódio tem sido vinculado à delação premiada de Cláudio Melo Filho, ex-vicepresidente de Relações Institucionais da Odebrecht.
Ele afirmou que o escritório de Yunes foi um dos endereços para o pagamentos para campanhas do PMDB, solici- tados em jantar com Temer, Padilha e Marcelo Odebrecht.
O advogado de Funaro, Bruno Espiñeira, diz que seu cliente “jamais foi operador da Odebrecht” e que “jamais levou dinheiro da construtora” no escritório de Yunes.
Outro delator, o ex-diretor José Filho, em depoimento ao TSE , disse que a entrega foi feita por pessoa de codinome Paulistinha e disse não conhecer Funaro.