Bombardeio aéreo
Dos 21 gols levados pelo Tricolor em 14 partidas, sete foram pelo alto; a situação incomoda o treinador
As jogadas de bola aérea na defesa do São Paulo têm dado dor de cabeça para Rogério Ceni. Este tipo de falha, aliás, é recorrente na equipe, que não consegue se acertar.
O técnico do Tricolor mostrou-se incomodado com o assunto após o empate por 1 a 1 com o ABC-RN. Afinal, a equipe levou mais um pelo alto, com Márcio Passos.
“Vou parar de treinar bola aérea, decidi que para o próximo jogo [amanhã, contra o Ituano], nós não vamos treinar essa jogada. Parece que, quanto mais treina, mais as coisas acontecem”, declarou.
A equipe só tem hoje mesmo para fazer o treinamento antes do duelo contra o Ituano. Ontem, chegou a São Data 5/2 15/2 18/2 21/2 25/2 8/3 15/3 Campeonato Paulo no final da tarde e os jogadores foram descansar para trabalhar nesta manhã.
Ceni gosta muito de números e, por isso, os 21 gols levados em 14 jogos estão deixando a pulga atrás da orelha, especialmente, porque sete foram em lances de bola aérea (veja arte lado).
O zagueiro Diego Lugano, que foi titular pela Copa do Brasil, concorda com o discurso do ex-goleiro.
“Quando você comete muitas vezes o mesmo erro e trabalha muito em cima, traz um peso. Nós trabalhamos, falamos e na primeira bola eu escorreguei [gol do Márcio Passos]. Talvez seja melhor ficar tranquilo e não colocar tanto peso nisso. Por minha experiência, não é a primeira vez que acontece”, afirmou o defensor uruguaio.
“Às vezes se trabalha tanto e se fixa em uma coisa que acaba chamando o gol, aquilo que você não quer. Temos de ter tranquilidade para corrigir”, completou.
Esquema agressivo
Nas primeiras entrevistas coletivas, Ceni reforçou sua confiança nos zagueiros e que os erros vinham ocorrendo em falhas individuais.
Para o treinador, a falta de atenção dos jogadores quanto ao sistema de jogo é o motivo para as bobeadas. O Mito reforçou que a filosofia de jogo da equipe é agressiva e que, por isso, os defensores ficam mais expostos.
Nas jogadas de bola parada, o Tricolor tem adotado marcação mista. Nela, dois ou três jogadores se concentram na marcação individual e os outros marcam por zona, por regiões da pequena área.
Dos 21 gols levados, dois foram por pênaltis cometidos, três por erros em saída de bola e quatro por falhas individuais claras —duas de Denis e Sidão.