Agora

Estado afirma que carne da merenda pode ser consumida

Secretaria diz que analisou laudos sobre qualidade de produtos servidos nas escolas da rede

- (Tatiana Cavalcanti e Janaína Ribeiro)

Depois de emitir um comunicado dizendo que o consumo de carne nas merendas de escolas da rede estadual seria suspenso por 20 dias, a Secretaria de Estado da Educação, sob gestão Geraldo Alckmin (PSDB), voltou atrás e aprovou ontem o uso na refeição de alunos.

A circular foi emitida na sexta-feira passada pelo diretor do Departamen­to de Alimentaçã­o e Assistênci­a ao Aluno, Roberto Liberato, após as suspeitas de fraudes investigad­as na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. O documento orientava as escolas substituir os oito alimentos variados da carne com o que tivesse “disponível em estoque”, como sardinha e atum enlatados, ovos e carne suína.

O governo estadual voltou atrás após, segundo nota emitida no início da noite de ontem, “criteriosa análise de todos os laudos emitidos pelos órgãos fiscalizad­ores”, que “concluíram não haver risco em manter o consumo de carne durante as refeições escolares servidas”. A secretaria diz que, apenas por precaução, fará novos testes na carne servida nas 3.200 escolas onde a distribuiç­ão é feita pela pasta. A suspensão temporária decorreu do “excesso de zelo”, diz nota.

A Secretaria Municipal da Educação diz não haver registro de irregulari­dades nas carnes nem em outros alimentos de sua merenda escolar. Diz que 74 marcas fornecem carnes bovinas, de aves, pescados e embutidos para 1.548 escolas da rede.

De acordo com a especialis­ta em gastropedi­atria Cylmara Gargalak Aziz, do Hospital Sírio Libanês, a carne é um alimento completo. “Ajuda no raciocínio e na formação dos órgãos das crianças. Não pode ser substituíd­a com o que tiver no estoque, é preciso balancear.”

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