Sistema eleitoral está viciado, diz Mendes
Alvos da Lava Jato discutiram em seminário ontem mudanças no atual modelo eleitoral em evento no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O presidente da corte, Gilmar Mendes, afirmou que o sistema está “todo viciado” e pregou mudanças para o próximo pleito, em 2018.
A comissão da Câmara que debate o tema deve votar o relatório em abril, com duas grandes mudanças.
Em vez de os eleitores votarem em candidatos isolados para a Câmara, eles pas- sariam a votar em um grupo de nomes pré-definido pelas legendas, a chamada “lista fechada”. Além disso, será proposta a criação de mais um fundo com dinheiro público para financiar os candidatos, já que doações empresariais estão proibidas.
O deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), presidente da comissão, afirmou que “enquanto tivermos essa Lava Jato, que criminalizou as doações de campanha, o melhor sistema é o de lista”.
A Procuradoria-Geral da República pediu ao STF abertura de investigação contra o peemedebista sob suspeita de que ele tenha participado do esquema de propina pago pela Odebrecht, segundo apurou a reportagem.
“Hoje estamos sendo pautados pela Lava Jato. A operação tem sua importância, mas não pode paralisar o Congresso. Não se pode imaginar que tudo que vai votar tem relação com a questão da Lava Jato”, afirmou.
Em sua apresentação, Gilmar Mendes falou virtudes e defeitos dos diferentes modelos para responder “como se financia a democracia”.
“No nosso sistema hoje, vota-se em Tiririca e elegese Valdemar da Costa Neto e Protógenes [Queiroz] e se diz ‘participei da eleição’. Por isso, as pessoas não sabem em quem votaram no final. São pouquíssimos os candidatos a deputado, na eleição passada que tinham conseguido se eleger com o seu próprio voto, é um índice baixíssimo, por isso o sistema está todo ele viciado”, disse.