Agora

Corregedor­ia da PM apura torturas

- (Luís Adorno e William Cardoso)

A Corregedor­ia da Polícia Militar investiga uma denúncia, feita à Ouvidoria das Polícias por um soldado, de que comandante­s que atuam na região de Botucatu e Laranjal Paulista (238 km e 159 km de São Paulo) teriam ordenado uma “guerra às drogas”, mandando seus subordinad­os torturarem e matarem dependente­s químicos.

A denúncia foi recebida pelo ouvidor, Júlio César Neves, na sexta-feira passada, que encaminhou o relato ao delegado diretor da área, ao Ministério Público e à Corregedor­ia da PM.

Os órgãos já investigam o caso. De acordo com a denúncia apresentad­a, o sol- dado dá exemplos de tortura e homicídios praticados por policiais a mando de um coronel e de um major da PM.

Em 8 de março, uma pessoa até hoje desconheci­da foi morta em um suposto tiroteio com PMs em Laranjal Paulista. Um posto de gasolina foi roubado à noite e a PM foi acionada. Em uma rua de terra, o homem, com um objeto suspeito na mão, teria sido morto após trocar tiros com os PMs, segundo versão apresentad­a pelos policiais.

O objeto suspeito era um colete à prova de balas, de uma empresa de segurança privada. O rapaz levava consigo cocaína. O PM que ligou para a Ouvidoria diz que os PMs executaram o rapaz, por ordem dos comandante­s.

Já em 15 de março, um auxiliar de serviços gerais afirma ter sido agredido e queimado com ferro de passar roupa por PMs que invadiram sua casa, em Botucatu, a procura de traficante­s.

O rapaz teve queimadura­s de 2º e 3º graus, nas coxas e no ombro esquerdo. De acordo com o PM denunciant­e, a prática também foi a mando dos comandante­s.

O ouvidor da polícias afirma ter recebido a denúncia com preocupaçã­o: “Tortura não existe nem na guerra. A PM existe para proteger, não praticar crimes”.

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Reprodução/TV Globo Auxiliar mostra queimadura que teria sido causada por policiais com ferro de passar roupa

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