Doria usa modelo que falhou na manutenção de semáforos
Prefeito anuncia uma licitação com poucas diferenças em relação ao que foi prometido por Haddad em 2013
Há quatro anos, Fernando Haddad (PT), então prefeito de São Paulo, anunciou um plano de manutenção dos semáforos que previa a implantação de tecnologia de funcionamento mesmo sem energia elétrica e multa às empresas que cuidam do serviço, caso os equipamentos com problema não fossem religados em até duas horas. O modelo não deu certo, e a capital sofre com equipamentos quebrados. Mas, ontem, a gestão João Doria (PSDB) abriu uma licitação bem parecida.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ligada à prefeitura do tucano, informou que o edital prevê troca de peças, manutenção geral, instalação de semáforos nobreak (que funcionam por algumas horas no caso de interrupção de energia elétrica), conserto em caso de roubos de fios, entre outros serviços. Parecido com a previsão de quatro anos atrás.
“O edital antigo previa a implantação e reforma de 1.500 semáforos. Já o novo refere-se à manutenção dos 6.387 semáforos existentes na cidade”, diferenciou a CET, que promete ainda aumentar o número de equipes na rua. Mas “caberá à empresa vencedora da licitação definir a quantidade de equipes”, completou.
Há a previsão de multar a empresa em até 20% do valor do serviço se o semáforo não for arrumado em duas horas. A CET, porém, levará em conta o tipo de conserto para definir a punição.
A companhia ainda informa que tem o controle pela central de monitoramento de só 1.179 dos 6.387 semáforos na capital. Por isso, pede a pedestres e motoristas que informem problemas pelo telefone 1188.
A gestão Doria diz que os contratos atuais venceram em dezembro, mas foi negociada a extensão da garantia por 90 dias. A prioridade dos investimentos, previstos em R$ 81 milhões para contratos anuais com as empresas, é “a manutenção dos equipamentos existentes”, sem indicar recursos voltados à atualização dos semáforos.
Está previsto ainda um segundo edital voltado para implantar “um novo modelo para a travessia de pedestres, com manutenção dos semáforos e aumento da sinalização nos principais cruzamentos para permitir mais segurança”, segundo a CET.
A gestão Haddad não quis se manifestar.