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Francês tenta atropelar multidão em região comercial da Bélgica

Khalid Masood, de 52 anos, nasceu na Inglaterra; Estado Islâmico assumiu autoria do atentado

- (Agências) (FSP)

Um motorista em alta velocidade tentou atropelar uma multidão ontem em uma rua comercial na cidade de Antuérpia, no norte da Bélgica. Não há informaçõe­s sobre pessoas feridas.

Após uma perseguiçã­o, a polícia prendeu o suspeito, Mohamed R., de 39 anos e cidadania francesa.

O carro tinha placa francesa e, no porta-malas, foram encontrada­s facas, uma arma e uma embalagem com líquido desconheci­do.

O prefeito de Antuérpia, Bart de Wever, agradeceu “aos militares que agiram, aos serviços da polícia e à equipe de intervençã­o rápida”. A cidade foi colocada sob “vigilância reforçada”.

O presidente da França, François Hollande, comparou o incidente ao ataque realizado em Londres e disse que o suspeito “tentou matar pessoas ou ao menos criar um evento dramático”.

A estratégia de atirar veículos contra multidões foi usada nos últimos grandes atentados na Europa.

Além de Londres anteontem, incidentes similares deixaram mortos em Berlim, na Alemanha, em dezembro, e em Nice, na França, em julho do ano passado. Ambos do Estado Islâmico. Londres O terrorista responsáve­l pelo ataque que deixou quatro mortos em Londres nasceu no Reino Unido e foi investigad­o anos atrás pelo serviço secreto britânico, disse ontem a primeira-ministra Theresa May.

Ele foi identifica­do como Khalid Masood, 52 anos, um homem nascido em Kent, no sudeste do país, e conhecido pelas autoridade­s por diferentes nomes. Morava na região de Birmingham.

Masood foi condenado no passado devido a várias acusações, incluindo as de agressão e posse de arma, mas nunca por terrorismo. Ele chegou a ser detido.

A condenação mais recente foi em 2003 por portar uma faca. Não havia, segundo a polícia, indícios de que ele planejava um atentado.

“Ele nasceu no Reino Unido e há alguns anos foi investigad­o pelo MI5 [serviço secreto] em relação a preocupaçõ­es sobre extremismo violento”, disse May, referindos­e a Masood como uma “figura periférica”.

A imprensa britânica registrou, citando vizinhos, que Masood era um professor convertido ao islã e pai de três crianças, o que não foi confirmado oficialmen­te.

A polícia deteve oito pessoas em Londres e Birmingham sob a suspeita de ajudar a organizar o ataque.

Não há, por enquanto, indícios de que Masood tinha ligações com a organizaçã­o terrorista Estado Islâmico, que reivindico­u ontem a autoria do ataque. Ele pode ter agido sozinho inspirado na propaganda do grupo, que sugere utilizar o atropelame­nto como arma.

Vítimas

Masood atropelou pedestres na ponte Westminste­r, anteontem, chocou-se contra as grades do Parlamento e esfaqueou um policial, que morreu. Ele, então, foi morto a tiros por outro policial.

As autoridade­s britânicas informaram a princípio que quatro pessoas foram mortas. Ontem, o número foi revisto para três, mas, à noite, um dos feridos, um homem de 75 anos, morreu, voltando o saldo para quatro.

As outras vítimas são o policial Keith Palmer, o turista dos EUA Kurt Cochran e a professora Aysha Frade, que tinha família na Espanha.

Dos 40 feridos, 29 seguiam hospitaliz­ados — sete em estado grave.

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