Usar aplicativo para espionar celular de namorado é crime
Programa permite acompanhar troca de mensagens nas redes sociais e até escutar conversas
É cada vez mais comum observar na internet ofertas de aplicativos, gratuitos e pagos, que prometem espionar o celular de namorados, maridos, mulheres e filhos, entre outros. Mas instalar programas no aparelho de outra pessoa, sem sua autorização, é crime, com pena de três meses a um ano de prisão ou multa, segundo a Lei Carolina Dieckmann.
“Essa ação configura crime de invasão de dispositivo”, disse o delegado José Mariano de Araújo Filho, titular da 4ª Delegacia de Investigações sobre Crimes Cometidos por Meios Eletrônicos do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).
Alguns programas são mais simples, como localizadores, para saber onde uma pessoa ou até um aparelho roubado está. Mas outros mais modernos conseguem permitir acompanhar trocas de mensagens em redes sociais, como Facebook, de e-mails e até do WhatsApp. Também é possível escutar conversas do celular espionado. Alguns deles podem ser instalados no Google Play e Apple Store.
Segundo o especialista em segurança da internet Ricardo Giorgi, professor de MBA da faculdade de tecnologia da Fiap, os aplicativos só podem ser instalados com o ce- lular do espiado em mãos. “É preciso desbloquear a senha e baixar o programa. O ícone do espião fica invisível e a vítima nunca saberá que está sendo vigiada”.
Para o advogado e especialista em crimes digitais Newton Dias a falta de boletins de ocorrência denunciando essas invasões cibernéticas permitem a proliferação da oferta desses aplicativos. “As pessoas deixam de denunciar ou porque não descobrem que estão sendo espionadas ou por vergonha.”