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99 eem cccaaddaa 111000 donos de Táxi Preto devem à prefeitura

Motoristas dizem não ter como pagar os R$ 60 mil da licença. Movimento caiu após liberação do Uber

- (FSP)

Criada no final de 2015 para rivalizar com o Uber, a categoria dos Táxis Pretos sofre com um percentual altíssimo de inadimplên­cia. Dos 4.731 motoristas que se credenciar­am para o modelo de alto padrão e que originalme­nte deveria atender apenas por meio de aplicativo­s, 89% deixaram de pagar as parcelas do alvará à Prefeitura de São Paulo.

A licença, válida por 35 anos, custa R$ 60 mil, e que o taxista pode pagá-la em até 60 parcelas de R$ 1.000. À vista, cai para R$ 40 mil.

“Estou deixando rolar”, diz Luciana Almeida, 33 anos, nutricioni­sta de formação que recorreu ao táxi preto para driblar o desemprego, mas que hoje se considera numa situação pior.

Para atender às exigências da prefeitura (carros de quatro portas com até cinco anos de uso), Luciana utilizou suas economias. “Nem sei mais quanto estou devendo.”

Motorista do táxi preto desde maio passado, Fabiano Martins, 41 anos, já acumula mais de R$ 9.000 em dívidas. Sorteado no final de 2015 para o sistema, conseguiu bancar só sete parcelas.

“Não temos ponto, não somos aceitos pela maior parte dos rádio táxis e as pessoas têm receio de chamar a gente na rua porque acham que é mais caro”, afirma.

O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) criou o Táxi Preto para concorrer com o Uber Black (mais luxuoso), que até 2015 atuava via liminar. Porém, após seis meses, o petista legalizou o concorrent­e, revoltando taxistas —em especial os dessa modalidade.

Na prática, com a liberação do Uber, o Táxi Preto passou a ser um serviço caro na comparação com o concorrent­e. Por causa das queixas dos taxistas, no ano passado Haddad (PT) permitiu o atendiment­o mediante chamado na rua (e não apenas por meio de aplicativo) e a cobrança de tarifa igual à do táxi comum.

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Danilo Verpa/Folhapress Carlos Bruno de Oliveira, 47 anos; taxista diz que deve 12 parcelas à prefeitura, além de três prestações do financiame­nto do carro e um empréstimo no banco
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Eduardo Anizelli/Folhapress

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