Saiba quanto sua dívida cresce em até cinco
O consumidor com débito de R$ 1.000 no cartão pode ter que pagar R$ 288 mil ao final de cinco anos
É comum ouvir que empréstimos e financiamentos podem se transformar em uma bola de neve, aumentando constantemente e sem controle. Mas os números mostram que a realidade pode ser ainda pior.
A pedido do Agora, o educador financeiro Vitor Hernandes, diretor do site Jornada do Dinheiro, fez simulações de como as dívidas podem crescer em até cinco anos e se tornarem impossíveis de pagar.
Pelos cálculos do especialista, uma dívida de R$ 1.000 cobrada nas regras antigas do rotativo do cartão de crédito— com juros mensais em mais de 15%— chegaria a R$ 6.819.653 após cinco anos. Com as novas regras e juros de 9,9% ao mês, esse valor cai para R$ 288.311,22 no mesmo período.
“Ainda é bastante alto e pode se tornar um grande problema”, afirma Hernandes. “Os juros do rotativo chegavam, em 60 meses, a um valor de 681.865,32%. Com as mudanças, chegarão a 28.731,12%, o que também não é pouco”, diz.
A melhor opção de dívida ainda é o crédito consignado de aposentados e pensionistas. Por praticamente não representar qualquer risco para os bancos, já que as parcelas são descontadas direto do benefício, esse tipo de crédito tem juros bem menores, de até 2,14% ao mês, conforme novas regras divulgadas pelo governo federal.
Nessa modalidade, a mesma dívida de R$ 1.000 ficará em R$ 3.562,47 ao final dos cinco anos. No total, o aposentado ou pensionista terá pago 256,25% de juros.
Alto custo
Para o especialista, independentemente da modalidade de crédito escolhida, o custo para o consumidor é bastante alto.
“A mudança no sistema de rotativo dos cartões de crédito está mais ligada à redução do risco para os bancos do que, na realidade, a ajudar os consumidores. Mas, mesmo assim, há vantagens que passaram a ser oferecidas nos financiamentos”, afirma.