Promotoria acusa Shopping D de pagar prropiina em obra
Dois ex-responsáveis são acusados de pagar R$ 549 mil, de 2005 a 2012, para fiscais da Máfia do ISS
O Ministério Público denunciou dois ex-responsáveis pelo Shopping D, na zona norte de São Paulo, por pagar propina com objetivo de sonegar imposto relativo à área construída equivalente a dois campos de futebol com as dimensões do Pacaembu.
Os pagamentos foram feitos entre 2005 e 2012 a integrantes da chamada máfia do ISS (Imposto Sobre Serviços), que causou prejuízo de R$ 500 milhões aos cofres municipais. Segundo investigação de promotores do Gedec (Grupo Especial de Delitos Econômicos), o valor dado aos fiscais começou em R$ 50 mil, em 2005, e terminou em R$ 95 mil, em 2012. O total de propina no período foi de R$ 549 mil, dizem os promotores.
Os responsáveis pelos pagamentos, diz a denúncia, são o então diretor da empresa BRX Administração de Shopping Centers (responsá- vel pelo espaço comercial à época), José Roberto Voso, e o então superintendente do Shopping D, Antônio Mascarenhas Júnior.
O pagamento de propina não foi realizado em 2013, ano em que os quatro principais fiscais da máfia do ISS foram presos. Após a prisão feita, houve vistoria no shopping em 2014. A área do local saltou de 82.329 para 97.375 m2, um acréscimo de 15.046 m2.
O apontado como responsável pela cobrança de propinas é o ex-fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, braço operacional da máfia do ISS e que já confessou a cobrança de propinas em vários casos. Segundo denúncia contratos de assessorias tributárias foram forjados.
Ao todo, foram denunciadas nove pessoas entre executivos, fiscais e advogados acusados de crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Entre eles, está Ronilson Bezerra Rodrigues, exsubsecretário da Receita Municipal e apontado como chefe da máfia do ISS. Rodrigues foi condenado a dez anos de prisão por lavagem de dinheiro.
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