Trump derruba projeto de saúde de Obama na Câmara
Presidente dos EUA conseguiu aprovar a reforma do sistema, mas a decisão ainda passa pelo Senado
Depois de muita polêmica, intensas negociações e um grande fiasco no Congresso, no mês de março, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiu ontem que a Câmara aprovasse um novo projeto para revogar e substituir o Obamacare —como ficou conhecida a lei sancionada em 2010 por Barack Obama para ampliar o alcance do sistema público de saúde.
O texto ainda precisa passar pelo Senado.
Mesmo apertada (217 votos a favor e 213 contra), a vitória tem forte significado político para Trump e os republicanos, em especial para o presidente da Câmara, Paul Ryan, desgastado pela tentativa frustrada de aprovar a primeira versão.
Um exultante grupo de líderes parlamentares reuniuse com o presidente logo após a votação para saudar o “histórico primeiro passo” dado no Congresso.
Em cerimônia transmitida ao vivo por redes TV, Trump elogiou Ryan e afirmou que não foi uma vitória partidária, mas do país. Ele mencionou os “muitos grupos” organizados dentro do partido e disse estar satisfeito por terem se unido para passar o projeto —embora 20 deputados republicanos tenham votado contra.
Trump garantiu que os preços dos seguros de saúde vão cair e que está confiante no endosso do Senado.
Mas não será um processo fácil. Os republicanos têm apenas dois senadores a mais do que os democratas (52 a 48) e alguns já manifestaram reservas sobre aspectos da proposta, que foi aprovada a toque de caixa na Câmara, com a adoção de procedimentos excepcionais para acelerar a votação.
A liderança republicana decidiu, por exemplo, não esperar a usual análise da Comissão de Orçamento (Congressional Budget Office) que prevê os impactos e aponta as consequências financeiras dos projetos em tramitação. Em março, a comissão havia estimado que o plano republicano deixaria 24 milhões de pessoas sem cobertura médica na próxima década.