Fase da Lava Jato ex-gerentes da Petrobras
Segundo o Ministério Público, são acusados de receber R$ 100 mi em propinas de várias empreiteiras
A Polícia Federal deflagrou ontem a 40ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Asfixia, prendeu dois ex-gerentes da Petrobras e abre um leque de investigações sobre recursos legalizados pelo programa de repatriação de recursos no exterior.
Segundo o Ministério Público Federal, o ex-gerentes faziam parte da área de uma subdivisão da diretoria de Serviços e Engenharia, responsável por gás e energia, e receberam mais de R$ 100 milhões em propinas de empreiteiras e de consultorias que atuavam como operadoras financeiras.
Cerca de R$ 48 milhões desse total, que estava depositado em conta nas Bahamas, foi regularizado por meio da Lei de Repatriação como proveniente da obten- ção de um imóvel.
“Eles usaram a lei para legalizar corrupção. Nós temos que combater e abrir a caixa preta da Lei de Repatriação”, disse o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
Outro procurador, Diogo Castor Mattos, disse que foi aberta uma “nova linha de investigação” na Lava Jato. “Em tese a lei prevê que não podem ser repatriados valores de origem criminosa, contudo o caso de hoje demonstra que muitos gerentes detidos utilizaram desse meio para a lavagem de ca- pitais”, afirmou.
Em troca das propinas, os ex-gerentes beneficiavam empreiteiras em contratos com a Petrobras por meio de direcionamento de licitação. O grupo fraudou, segundo a Procuradoria, mais de uma dezena de concorrências de grande porte da estatal.
Os presos temporários (por até cinco dias) desta quinta são os ex-gerentes Márcio de Almeida Ferreira e Maurício Guedes de Oliveira. Um terceiro fechou acordo de colaboração com a Lava Jato e não foi preso.