Chega de gol contra, Pit Bull!
É uma baita responsabilidade ser ídolo. O sujeito tem o poder de influenciar comportamentos e opiniões. Adorado por uma legião de fãs, em grande parte formada por crianças e adolescentes, jogadores de futebol precisam medir bem palavras e atitudes. Já vivemos numa sociedade exageradamente violenta e injusta para que esse caldo seja engrossado.
Felipe Melo tem marcado muitos gols contra nesse sentido. Carismático, ele conquistou grande parte da torcida do Palmeiras com sua disposição para a luta, personalidade forte, habilidade para promover seu personagem e, claro, capacidade para jogar. Pena que faça uso tão ruim desses dons.
O Pit Bull já saiu como vilão da Copa de 2010, na África do Sul. Deu o lançamento para Robinho abrir o placar contra a Holanda, mas depois pôs tudo a perder. Fez gol contra, cometeu falha de marcação que resultou no segundo tento rival e, sobretudo, pisou maldosamente em Robben, o que custou sua expulsão e selou a eliminação do Brasil.
Felipe Melo era jovem e não merecia ficar marcado. O problema é que ele parece não ter aprendido nada com a experiência, pois criou clima de guerra desnecessário ao anunciar que daria tapa na cara de uruguaio, o que de fato se concretizou, e deixou o Palmeiras sob risco de punições severas.
Mas o pior é a falta de coerência. Apesar de se dizer vítima de racismo, tomou a iniciativa de apoiar Bolsonaro nas redes sociais. Uma figura sombria, que defende a tortura, a volta da ditadura, a discriminação de mulheres e ideias nitidamente racistas. Recentemente, esse deputado tratou os quilombolas como animais ao estimar o peso deles em arrobas e falar que não serviam nem para procriar. Chega de gol contra, Pit Bull!