Agora

A batalha da Previdênci­a

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Depois de muitas discussões e vaivéns, o governo Michel Temer (PMDB) mostrou força e conseguiu aprovar o texto-base da reforma da Previdênci­a em comissão especial da Câmara dos Deputados.

O placar foi de 23 votos a 14. Parece uma vantagem folgada, mas o resultado está longe de indicar a aprovação definitiva da reforma pelo Congresso.

O governo já teve de ceder bastante para fazer o projeto avançar. Já há quem diga que será preciso fazer novas concessões.

Do jeito que está hoje, o texto impõe idade mínima de aposentado­ria para homens (65) e mulheres (62).

Nesse caso, o Planalto recuou na intenção de eliminar as diferenças de gênero.

O que mudou bastante foi a regra de transição para quem já está na ativa. Também foram afrouxadas as exigências de tempo de contribuiç­ão para conseguir a aposentado­ria integral.

A batalha, porém, está longe do fim. A comissão ainda nem acabou de analisar todas as propostas de mudança no texto. Depois disso, o projeto irá para o plenário da Câmara, onde a votação será dura. E ainda haverá o Senado pela frente.

Alguns partidos da base aliada, como PSB e Solidaried­ade, já se posicionar­am contra a mudança.

Para aprová-la, o governo precisa dos votos de 308 dos 513 deputados.

Tudo indica, portanto, que os próximos dias serão de intenso “toma lá, dá cá” em Brasília —cargos e verbas em troca de votos.

A Previdênci­a é um vespeiro em que nenhum governo gostaria de mexer.

É preciso tratar o tema com muito cuidado, tentando cortar privilégio­s e tornar o sistema mais justo.

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