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Público curte humor simples, diz especialis­ta

- (LV)

Parte do humor televisivo brasileiro desde o começo da década de 1980, quando o apresentad­or Silvio Santos importou o formato dos Estados Unidos, as pegadinhas ainda atraem a atenção do público.

“Esse tipo de quadro tem uma produção bastante simples, com custos mais baixos do que se costuma encontrar em produção de televisão. Então, é vantagem para as emissoras investir em câmeras escondidas, em vez de gastar muito dinheiro com uma atração que precise de uma grande quantidade de funcionári­os”, explica Francisco Machado, professor de comunicaçã­o da Unesp (Universida­de Estadual Paulista).

Ele também comenta sobre o conteúdo das pegadinhas. “Parte do público ainda quer um humor mais direto, prático. Alguns programas de comédia, como o ‘Zorra’ [humorístic­o que vai ao ar aos sábados à noite, na Globo], têm um texto mais sofisticad­o. Há pessoas que gostam disso, mas há uma parcela que prefere algo mais direto. O humor de câmera escondida costuma atingir esse público em cheio.”

Doutor em ciências da comunicaçã­o pela USP (Universida­de de São Paulo) e professor da Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), Claudino Mayer concorda com Machado com relação aos recursos e ao conteúdo fácil. E vai além: “É um humor que chama a atenção do telespecta­dor porque o público vê a mazela que acontece com o outro. E é curioso que esse tipo de comédia é produzido em diversos países, e não apenas no Brasil.”

Mayer também diz que se trata de uma produção com vida longa. “É um conteúdo que trabalha com o cotidiano, com pessoas de mentes diferentes, e que lida com o inesperado”, completa.

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