1.600 alunos perdem aula em CEU por falta de lluuzz ee áágguuaa
Funcionários dizem que cabo se rompeu no dia 29. Torneiras ficaram secas e não teve merenda
Cerca de 1.600 estudantes do CEU (Centro Educacional Unificado) Jaguaré (zona oeste) estão sem aula ou sendo dispensados mais cedo devido a uma falta de água e de luz que há nove dias não é solucionada pela gestão João Doria (PSDB).
Funcionários da unidade dizem que a falta de luz teve início dia 29 de abril, um sábado, após o rompimento de um cabo de energia. Com isso, a bomba não conseguiu mais mandar água à unidade e as torneiras ficaram secas. Com isso, também não tem merenda, e pais são orientados a mandar água e lanche de casa com seus filhos.
Entre os prejudicados estão 1.452 crianças de creche a adolescentes do ensino fundamental. Outros 120 alunos da Etec (Escola Técnica Estadual) Professor André Bogasian estão totalmente sem aula na unidade porque o estudo é no período noturno —a Etec, de responsabilidade do governo Geraldo Alckmin (PSDB), fica em Osasco (Grande SP), mas uma parceria com a prefeitura permite o uso de quatro salas no CEU.
Os poucos alunos que acabam indo às aulas são dispensados mais cedo. De manhã, entram às 7h e saem às 10h (em vez de 12h); de tarde, entram às 13h e saem às 16h (em vez de 18h). Funcionários também têm sido dispensados mais cedo.
O complexo educacional é considerado referência na região. Oferece à comunidade biblioteca, teatro, telecentro e atividades esportivas (veja quadro nesta página). Todos esses serviços foram prejudicados.
Conversa
O Agora esteve ontem à tarde no CEU. Os banheiros estavam escuros, sujos e fedidos. A maioria das classes, vazia. As poucas salas em uso tinham no máximo cinco alunos. Os professores não davam aula, só batiam papo com estudantes, pois a única luz das classes era a do sol, que entrava pelas janelas e não permitia fazer anotações.
“Não consigo enxergar a lição na lousa”, disse um aluno de 9 anos do 3º ano da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Jaguaré. A mãe dele, a catadora de latas Isaura das Dores, 25 anos, diz que não pode mais trabalhar de manhã. “Acabo pegando meu filho às 10h na escola porque ele é dispensado mais cedo.”