Doria e Alckmin estudam privatizar as duas marginais
Prefeito não descarta pedágio nas pistas, mas diz que cobrança não foi discutida com o governo do Estado
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), avalia conceder à iniciativa privada as marginais Pinheiros e Tietê, por meio de parceria com o governo do Estado.
O tucano levou esse tema ontem ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) e pediu auxílio para formatar um projeto de PPP (Parceria Público-Privada) ou concessão simples —como existe nas rodovias paulistas.
Embora não descarte a cobrança de pedágio, Doria buscou atenuar a intenção. “Nem foi mencionado isso [pedágio] na reunião. Não se descarta nada na vida. Mas esse tema não faz parte das discussões nossas aqui. Não é tema em debate, em pauta, zero”, disse o prefeito.
Especialistas e técnicos do Estado avaliam ser difícil via- bilizar interesse privado sem cobrança dos motoristas.
As marginais, por onde trafegam 1,2 milhão de veículos por dia, foram alvo de uma promessa eleitoral de Doria: a elevação dos limites de velocidade, implantada pelo tucano desde 25 de janeiro. A medida foi seguida do aumento de acidentes com vítimas nos dois meses.
A reunião entre Doria e Alckmin teve a participação de diretores do grupo CCR, que administra concessionárias de rodovias de São Paulo, como os sistemas Castello Branco-Raposo Tavares e Anhanguera-Bandeirantes.
Na campanha eleitoral, Doria admitiu a possibilidade de discutir a adoção de pedágio urbano. “Acho que esse é um tema que tem de ser estudado. Não é o ônus que você aplica de forma generalizada. Se você quer usar seu veículo com mais facilidade, a hipótese de pagar por isso é uma opção, não é uma imposição. Nessa circunstância, principalmente em defesa ambiental, podemos estudar, sim”, afirmou Doria, em julho de 2016.