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O dilema das cadeias

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Uma pesquisa divulgada recentemen­te trouxe dados preocupant­es sobre as cadeias brasileira­s.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), existem mais de 221 mil presos provisório­s no Brasil. Isso representa 34% da população carcerária.

São pessoas que estão presas sem nunca terem sido julgadas ou que foram condenadas apenas num primeiro julgamento.

Pela lei, a pena só começa para valer depois que o réu é condenado em segunda instância.

Manter essas pessoas presas por muito tempo acaba piorando uma situação que já é bastante grave: a superlotaç­ão de nossos presídios.

É claro que todo bandido, depois de condenado, deve pagar por seus crimes. Mas botar muita gente no xilindró nem sempre é a melhor solução.

Primeiro, porque isso sai muito caro para o país. Cada preso custa R$ 2.400 por mês. Só para manter os presos provisório­s, o governo gasta R$ 6,4 bilhões por ano. É muito dinheiro para um sistema que funciona de forma bem precária.

Não é novidade para ninguém as condições terríveis de nossas penitenciá­rias. Parecem até filme de horror.

Fora isso, vários presídios estão hoje dominados por facções criminosas, como o PCC.

Muita gente que vai para essas cadeias acaba entrando nesses bandos, que ficam ainda mais poderosos. Isso só piora a situação de toda a sociedade.

Muitos países, para evitar situações assim, começaram a prender menos. Só os perigosos vão em cana.

O Brasil também precisa analisar com cuidado essa situação. Do jeito como é hoje, os presídios consomem muita verba e oferecem perigos para o país.

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