Com equipe reduzida, mato alto toma conta dos bairros
Periferia sofre mais, com total ausência do serviço, do final de 2016 para cá, dizem moradores
Mães com crianças de colo caminham beirando o matagal que cerca o CEI (Centro de Educação Infantil) Jardim São Paulo, em Guaianases (zona leste), que já avança até sobre o playground da unidade de educação. Do outro lado da cidade, no Butantã (zona oeste), um terreno público está tomado pelo mato e plantas, que chegam a quase 2 m de altura, alcançando a placa com o nome da rua: Adriano Theodósio Serra.
Os dois casos exemplificam falhas do serviço de conservação de áreas verdes da cidade, problema que começou no fim da gestão passada, de Fernando Haddad (PT), e se agrava nos primeiros meses do mandato do prefeito João Doria (PSDB).
Em áreas mais afastadas do centro, moradores relatam a total ausência do serviço do fim de 2016 para cá, conforme a reportagem constatou ao percorrer as zonas sul, leste, norte e oeste.
O problema ocorre cinco meses após Doria anunciar um programa de zeladoria que se tornou o mote de seu início de gestão, o Cidade Linda, que inclui conservação de áreas verdes.
Cortes
Funcionários de duas prefeituras regionais —Guaianases e Cidade Ademar (zona sul)— disseram à reportagem que há menos profissionais neste ano por causa de uma troca da empresa que presta serviço de capinação.
Dados obtidos por meio da lei de Acesso à Informação confirmam as reduções. Em Cidade Ademar, as duas equipes de conservação de áreas verdes que atuavam até o ano passado foram cortadas, segundo a própria prefeitura regional.
Lá, o mato cerca inclusive carcaças de carros apreendidos que ficam no pátio da prefeitura regional.
Ali perto, na rua Domênico Palma, bancos e playground estão cercados pelo matagal. “Desde o ano passado não se vê ninguém cortando esse mato. Como vamos usar essa praça desse jeito”, disse a aposentada Walkíria Espírito Santo, 71 anos.