Diálogo e prevenção
Reza a lenda que os homens não gostam de fazer exames médicos de prevenção. Se for de próstata, então, muitos fogem como o diabo da cruz.
O preconceito contra esse teste ainda é muito grande em certos grupos. Até por isso, governo e sociedades médicas devem se esforçar para informar a população.
O assunto é bastante sério: tumores malignos de próstata são o tipo de câncer mais comum em homens (29% do total no Brasil). Em 2015, provocou mais de 14 mil mortes.
Detectar uma doença assim logo no início faz uma baita diferença. Algumas recomen- dações médicas, porém, mudaram nos últimos anos.
Há muito tempo são indicados dois testes preventivos para homens acima de 50 anos. Um é o PSA, exame de sangue para detectar níveis aumentados de uma proteína produzida pela próstata. O outro é o toque retal, no qual o médico verifica o tamanho da glândula.
Essa recomendação sofreu abalo em 2012, quando um grupo de cientistas americanos desaconselhou o PSA em homens saudáveis.
Os especialistas diziam que esse teste dava muitos falsos-positivos. Ou seja, parecia que o paciente tinha um tumor maligno, mas na verdade era outra coisa bem menos grave, como uma infecção. Muitos homens, então, faziam, sem necessidade, cirurgias e outros tratamentos.
Nesta semana, porém, o grupo americano mudou de ideia. Disse que a decisão de fazer ou não o PSA em homens de 55 a 69 anos vai depender de cada caso, com médicos e pacientes pesando riscos e benefícios.
Essa parece ser a melhor receita para a boa medicina, muito diálogo e informação. Também é bom remédio contra os preconceitos.