Temer nega as acusações e diz que não vai rreennuunncciiaarr
Presidente discursou ontem e disse que não tem nada a esconder; áudios são divulgados
O presidente Michel Temer (PMDB) disse ontem que não vai renunciar ao cargo. Em rápido discurso no Palácio do Planalto, Temer chamou as gravações divulgadas anteontem de “clandestinas”, afirmou que não tem “nada a esconder” e que, por isso, não precisa de foro privilegiado (leia ao lado a íntegra).
Caso renunciasse ao cargo de presidente da República, o peemedebista perderia a prerrogativa de ser investigado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
O empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo JBS, gravou conversa com o presidente em que ele avaliza operação para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mediante pagamento de mesada. O áudio, que tem 39 minutos de duração, foi divulgado ontem pelo STF, que os enviou à Presidência da República.
Outro problema para Temer foi que um de seus assessores mais próximos, o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.
No pronunciamento de ontem, o presidente disse que não agiu para comprar o silêncio de Cunha —preso desde outubro do ano passado em Curitiba. “Não comprei o silêncio de ninguém, porque não temo nenhuma delação premiada. Não pre- ciso de cargo público, nem de foro especial. Não tenho nada a esconder.”
O presidente foi enfático e repetiu duas vezes que não renunciará ao posto. “Não renunciarei! Repito: não renunciarei! Sei o que fiz e sei a correção dos meu atos. Exijo investigação plena e que dê muito rápido esclarecimentos ao povo brasileiro.”
O peemedebista ressaltou os índices econômicos em recuperação para dizer que não se pode “jogar no lixo” o trabalho realizado. “A revelação de conversa gravada clandestinamente trouxe de volta os fantasmas da crise política ainda de proporção não dimensionada. O imenso esforço de tirar o país da recessão pode se tornar inútil. Não podemos jogar no lixo da história tanto trabalho feito ao país.”
Caso Temer renunciasse, assumiria o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que teria 30 dias para convocar uma eleição indireta Para que haja eleições diretas, o Congresso tem que aprovar uma proposta de emenda à Constituição