Manifestantes pedem a saída de Temer e eleições diretas
Grupos se reúnem na Paulista contra o atual governo; ex-presidente Lula também é criticado
Com carro de som e bandeiras, manifestantes protestam na noite de ontem na avenida Paulista contra a permanência do presidente Michel Temer (PMDB) à frente do governo. O evento aconteceu poucas horas depois de Temer fazer um pronunciamento em que afirmou que não renunciará ao cargo após denúncias do dono da JBS, Joesley Batista.
Sindicalistas e líderes sociais se revezavam em cima do carro de som, com palavras de ordem e pedidos de eleições diretas. Apesar de foco da manifestação ser o pedido de renúncia de Temer e eleições diretas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi poupado por parte dos manifestantes.
Em cima do carro de som, o Caio Guilherme da Silva Santos, presidente da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), afirmou que Lula deveria estar na cadeia. Em seguida, ele foi vaiado por parte dos ativistas. Cartazes comparavam Lula a Temer e a Aécio Neves, também citado em delação do empresário da JBS.
Policiais acompanharam o ato, mas não estimaram a dimensão da manifestação. A faixa no sentido Consolação da avenida Paulista ficou bloqueada. O protesto transcorreu sem incidentes até o fechamento desta edição.
O protesto foi organizado pela Frente Brasil Popular, que congrega mais de 60 movimentos sociais e sindicais, entre os quais, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Frente Povo Sem Medo, que inclui o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto. Grupos que estiveram em lados opostos nos protestos que antecederam o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, convocaram para o próximo domingo atos pedindo a saída de Temer.