Crise emperra reformas da Previdência e trabalhista
Congresso decide se concentrar na busca de solução para crise aberta por denúncias contra Temer e Aécio
As reformas da Previdência Social e trabalhista emperraram de vez no Congresso ontem, após o avanço das investigações da Lava Jato sobre o presidente Michel Temer (PMDB) ter esfarelado o apoio da base governista às duas propostas.
O impacto provocado pelas denúncias —envolvendo também o senador afastado Aécio Neves, presidente do PSDB, principal aliado do governo peemedebista— obrigou o senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), relator da reforma trabalhista nas comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Assuntos Sociais (CAS), a suspender a tramitação do projeto.
Ferraço pretendia entregar o seu relatório na semana que vem, permitindo que a votação no plenário do Senado ocorresse até 15 de junho. O governo já tinha até mesmo feito acordos para evitar que os senadores modificassem a propostas, evitando assim que o texto precisasse ser reavaliado pela Câmara dos Deputados.
O mesmo encaminhamento deverá ser dado à reforma da Previdência, indicou o relator da medida na Câmara, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA). “É preciso primeiro resolver a crise institucional”, disse ontem o relator ao Agora.
Diferentemente do que vinha ocorrendo com as mudanças trabalhistas, a proposta de reforma da Previdência já avançava com dificuldade no Congresso.
O texto original do governo foi modificado pela comissão especial que o analisou na Câmara, sendo substituído pelo texto-base do relator Arthur Maia. A proposta, mesmo tendo sido reescrita, ainda não contava com o apoio de 308 deputados (60% da Casa), o mínimo necessário para a aprovação de uma emenda à Constituição.
O governo Temer vinha liberando verbas para parlamentares e prometendo cargos a partidos em troca dos votos que faltavam.
Governo
Ontem, o Planalto informou que as reformas continuam sendo prioridade para o governo, mas ainda não havia uma definição sobre os próximos passos.