Centrais querem enterrar propostas
As centrais sindicais divulgaram nota conjunta pedindo a apuração rigorosa e a realização de eleições diretas para garantir uma solução democrática ao impasse criado pelas delações de Joesley Batista, um dos sócios do frigorífico JBS, envolvendo o presidente Michel Temer.
O texto das centrais defende a realização, no mais curto espaço de tempo exigido pela lei, de eleições gerais.
A nota é assinada por cinco centrais sindicais: CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), CTB (Central dos Trabalhadores Brasileiros), Força Sindical, UGT (União Geral dos Trabalhadores) e NCST (Nova Central Sindical dos Trabalhadores).
Nela, as organizações exi- gem o estrito cumprimento do rito constitucional e a revalorização do estado de direito como a via para a devida apuração destas e das demais denúncias e acusações.
As centrais também aproveitaram para criticar as reformas trabalhista e previdenciária e exigiram sua retirada imediata da pauta para que o debate aconteça de forma ampla, envolvendo representações de trabalhadores e sociedade.
Segundo a nota, o “esgarçamento das instituições republicanas indica a falta de legitimidade política e social do governo para querer jogar sobre as costas dos trabalhadores e da parcela mais humilde da sociedade o custo do ajuste econômico repre- sentado pelas propostas”.
Mais cedo, Vagner Freitas, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), havia se posicionado contra eleições indiretas no caso da saída do presidente.
“Os políticos precisam deixar o povo brasileiro definir seu futuro. A eleição indireta nos deixará nas mãos do mesmo grupo político”, disse o sindicalista.
Em nota, a CUT afirma que a questão agora é a retirada imediata das reformas trabalhista e previdenciária.
As centrais informam que, no dia 24, estarão em Brasília, com a Marcha Nacional dos Trabalhadores, contra as reformas em discussão e exigindo solução democrática para o impasse político.