Agora

Uruguaio evita falar de renovação

Zagueiro é acionado para combater clima negativo e elogiar o trabalho feito pelo comandante tricolor

- (Marcos Guedes) (MG)

“Obviamente, se estou aqui hoje, a situação não é a ideal”, disse Lugano, que não vem jogando, mas foi chamado para ajudar a conter o incêndio no São Paulo.

O zagueiro foi o porta-voz da equipe tricolor ontem. E fez o que dele se esperava, defendendo o trabalho do técnico Rogério Ceni.

“Ele tem uma metodologi­a de trabalho moderna, exigente, dinâmica. O mesmo que era como atleta ele é co- mo treinador. Muito honesto, direto, frontal. O vestiário valoriza um treinador que, mesmo na hora ruim, publicamen­te protege o atleta. E, claro, que cobra na intimidade”, afirmou o beque.

O problema é que a cobrança interna se tornou pública. Vazou a informação de que o ex-goleiro, em momento de fúria no vestiário, chutou o quadro que usa para dar orientaçõe­s táticas. O objeto atingiu Cícero.

“Os vestiários no Brasil se parecem com ‘reality shows’. É câmera para todo lado, muita gente. Quando tem muita gente, qualquer comentário vira uma bola de neve”, observou o uruguaio.

Para ele, Ceni faz corretamen­te o trabalho no dia a dia. Só não tem o talento que já apontou, em tom crítico, ao descrever o técnico da seleção brasileira, Tite, elogiadíss­imo pela imprensa que incomoda Lugano.

“Eu falei para ele: ‘Você faltou à aula mais importante do treinador, que é ser encantador de serpentes’. Essa parte ele deveria fazer melhor”, disse o zagueiro de 36 anos, irritado com a avaliação feita pela crítica.

“Não adianta eu explicar. Se você já tem suas manchetes, nada vai mudar o que você pensa. Utilizem minha metáfora como quiserem”, concluiu.

Lugano não sabe se continuará no São Paulo. Acaba em 30 de junho o contrato do jogador de 36 anos, que não entra em campo desde o dia 29 de março.

“Não é momento para falar de mim. Há uma situação coletiva mais importante. Seria egoísmo da minha parte querer resolver isso agora”, afirmou, fazendo uma breve defesa de si mesmo. “Não falto, não me machuco. Sou dedicado todo dia.”

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