Agora

Fora, Del Nero!

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Em dias históricos para o Brasil, quando o governo se desfaz como um castelo de areia e deixa espesso rastro de lama, ninguém fala de outra coisa: a corrupção sistêmica no país. Neste cenário, não há clima para assunto diverso. Então, o tema mais propício para abordarmos hoje, neste espaço, é o da CBF e os seus escândalos.

Se as gravações do dono da JBS chocam pela desfaçatez do presidente e de um senador da República que tratam sem pudor de doações ilegais, mesmo com a Lava Jato a pleno vapor, também me vem à lembrança o cinismo adotado pelo presidente da CBF.

Por se manter no poder, Marco Polo Del Nero é exceção entre os cartolas que foram alvo da operação deflagrada por autoridade­s da Suíça e pelo FBI, em 27 de maio de 2015, que resultou na prisão de sete dirigentes, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, seu parceiro. No dia seguinte, Del Nero se mandou para o Brasil sem participar da reunião do comitê executivo da Fifa.

Em seguida, o cartola renunciou a seu posto no comitê e nunca mais saiu do país. Ele foi indiciado pela Justiça norte-americana na investigaç­ão de corrupção no futebol e, desde então, não cruza fronteiras para evitar a prisão. Del Nero chegou a se licenciar da presidênci­a da CBF, mas voltou com a maior cara de pau, apesar de não viajar ao exterior nem para cumprir as obrigações do cargo.

Se pagamos preço alto por tanta corrupção, com a economia em frangalhos e a taxa de desemprego alarmante, que pelo menos sirva para depurar o Brasil. Chega de crises contínuas, com desgaste da imagem internacio­nal. Que a moralizaçã­o seja feita de uma só vez. E isso passa, também, pela CBF. Se o “Fora, Temer” ganha as ruas, vale incluir: “Fora, Del Nero!”

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