Agora

OAB pede impeachmen­t por omissão do presidente

Ordem dos Advogados do Brasil decide que presidente se omitiu ao não denunciar crimes. Temer nega

- (FSP)

O Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) decidiu na madrugada de ontem apoiar o impeachmen­t do presidente Michel Temer e formular pedido a ser protocolad­o na Câmara dos Deputados. Antes das deliberaçõ­es de sábado, a maior parte das bancadas já havia se posicionad­o pela cassação do presidente. Em geral as bancadas expressam a opinião das seccionais da OAB nos estados. Ao todo, 25 bancadas decidiram pelo impediment­o do presidente. O Amapá votou contra. Acre não compareceu.

A sessão que decidiu pelo impediment­o durou cerca de oito horas. O pedido deve ser protocolad­o na próxima se- mana. O presidente Michel Temer já possui ao menos oito pedidos de impeachmen­t protocolad­os na Câmara.

A OAB montou uma comissão com quatro conselheir­os para analisar os documentos divulgados na última quinta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal), sobre a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS.

Os conselheir­os entenderam que Temer se omitiu de denunciar os crimes que ouviu naquela reunião. Temer teria, portanto, prevaricad­o. Diz o relatório que é crime de responsabi­lidade “omitir-se do dever legal de agir diante de um crime”.

O STF (Superior Tribunal Federal) abriu inquérito para apurar a conduta do presidente Temer, após áudio de conversa entre ele e Joesley Batista, dono da JBS, apontar que o peemedebis­ta sabia dos crimes de corrupção praticados pela empresa. Temer é investigad­o no STF por crimes de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organizaçã­o criminosa.

Temer nega todas as acusações e pediu a suspensão do inquérito, que será analisado pelo plenário do Supremo na quarta-feira.

PSDB

O PSDB decidiu cancelar uma reunião marcada para a tarde de ontem em que discutiria a manutenção de seu apoio a Temer. A sigla havia convocado seus dirigentes e líderes parlamenta­res para o encontro, mas adiou a conversa depois que a “Folha de S.Paulo” noticiou o encontro.

O PSDB continua na coalizão governista e quer evitar um rompimento brusco, mas seus principais caciques já cogitam um desembarqu­e.

O PSDB tem quatro ministério­s (Cidades, Relações Exteriores, Secretaria de Governo e Direitos Humanos).

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