Polícia faz megaoperação contra tráfico na cracolândia
Agentes chegaram no início da manhã, jogaram bombas e desmantelaram feira de drogas na região
A polícia de São Paulo realiza ontem aquela que é considerada pelos órgãos de segurança como uma das maiores operações de combate ao tráfico de drogas na cracolândia (região central).
Os agentes soltaram bombas na região, a partir das 6h49, e avançaram para desmantelar a feira de drogas do local, vendendo principalmente crack.
Parte da operação foi acompanhada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). Segundo ele, a ação policial visa a prisão de traficantes e apreensão de drogas e armas. Sobre os usuários, ele disse que o Estado oferece tratamento para os que buscam abandonar o vício. “Dependência química é igual apendicite. Você precisa tratar da pessoa”, disse ele.
Ao menos 69 traficantes —dentro e fora do chamado “fluxo”— estão na mira dos policiais do Denarc (Departamento de Narcóticos) como suspeitos de irrigar o comércio de entorpecentes na área. Há mandados de prisão contra todos eles.
Até a conclusão desta edição 50 acusados de tráfico haviam sido presos, incluindo suspeitos de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Foram aprendidas armas (entre pistolas e revólver), um simulacro de metralhadora e uma grande quantidade droga. Também há mandados judiciais para busca e apreensão em cerca de 80 locais diferentes na zona leste e norte da capital e em alguns endereços na Grande São Paulo e litoral.
Cerca de 900 homens e mulheres participaram da operação, sendo metade da Polícia Civil e metade da Polícia Militar, que realiza o cerco da área com homens da tropa de choque. A entrada no fluxo foi realizada apenas por policiais civis.
Planejamento
Essa ação vinha sendo desenhada desde fevereiro pelo Denarc, com o levantamento de imagens dos principais traficantes que operam ali e a preparação das equipes táticas para invasão de prédios e pontos de interesse dos investigadores. O estudo foi pensado pela cúpula da Polícia Civil para tentar evitar ao máximo possível o confronto com traficantes e a morte de algum usuário.
Nos últimos dias, porém, o clima no local estava tenso, com a identificação de criminosos armados, que já fizeram disparos contra PMs em ao menos duas oportunidades, e a descoberta de orientação do PCC para resistir a ações policiais.
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