Falta mais repertório
Uma equipe que ainda quer alçar voos mais altos nesta temporada não pode ter tanta dificuldade para infiltrar as defesas adversárias, mesmo que diante do Corinthians alguns times armem retrancas bem fechadas. Às vezes, parece que falta mais repertório de jogadas ofensivas ao Timão. Por isso, o time sofre quando joga em Itaquera, onde, naturalmente, os rivais se postam atrás, à espera de erros alvinegros. Ciente disso, mesmo jogando em casa, o Vitória se comportou desta forma ontem. Não fosse a estrela de Jô e a falta de qualidade do ataque baiano, o Corinthians caminharia para mais um empate, assim como foram os últimos quatro duelos da equipe no Fielzão. Se continuar assim, o Timão vai sofrer muito no Brasileiro para brigar entre os líderes.
Tinha de ser como visitante a primeira vitória do Corinthians no Brasileirão. Com aproveitamento melhor fora de casa do que jogando em Itaquera nesta temporada, o Timão confirmou sua fama de forasteiro ontem e bateu o Vitória, por 1 a 0, na arena Fonte Nova, em Salvador.
Mais uma vez contando com um gol de Jô, artilheiro isolado da equipe no ano, agora com nove gols, o alvinegro ainda ampliou o bom desempenho como visitante.
O time soma 71,1% dos pontos que disputou fora de casa no Paulistão, Copa do Brasil, Brasileiro e Sul-Americana: nove vitórias, cinco empates e uma derrota. Diante da Fiel, a estatística cai para 61,5%: seis vitórias, seis empates e uma derrota.
Em geral, Carille e seus comandados costumam argumentar que isso ocorre pela forma como os adversários se comportam no Fielzão. Eles armam retrancas e ficam à espera de erros do Corinthians, o que dificulta a criação das jogadas alvinegras.
Entretanto, foi justamente dessa forma que o Vitória jo- gou ontem. Para surpresa do treinador do Timão, os baianos fizeram a chamada marcação baixa, em seu campo de defesa, e tentaram explorar os contra-ataques.
Assim como acontece em Itaquera, o time de Carille teve dificuldade para criar lances de perigo. Além disso, Jadson não estava em seus dias mais inspirados, enquanto Rodriguinho e Romero erravam passes, deixando Jô sempre isolado na frente.
No primeiro tempo, um lance individual do camisa 7 acabou sendo a única boa chance do Timão, defendida pelo goleiro Fernando Mi- guel. Cássio, enquanto isso, era um mero espectador.
Na volta do intervalo, o técnico corintiano demorou até os 27 minutos para mudar sua formação e tentar deixar a equipe mais agressiva. Pelo menos ele acertou ao colocar Marquinhos Gabriel em campo, já que o meia-atacante entrou bem e fez a jogada que deixou Jô na cara do gol. E ele fez.
À frente no placar a partir dos 30min, o Corinthians apelou para o que tem de melhor, o seu sistema defensivo, e controlou o jogo para assegurar a importante vitória.