Policial civil fica infiltrado 30 dias na feira das drogas
Um policial civil ficou infiltrado na cracolândia por 30 dias, vestido como mendigo, e com uma câmera acoplada à sua roupa, para mapear o rosto dos traficantes que atuavam na região, segundo afirmou ontem o delegado geral do Denarc (Departamento de Narcóticos), Ruy Ferraz Fontes.
“Ele sempre ia à tarde e ficava, no máximo, uma hora, perguntando preços e catalogando provas”, conta.
O resultado da operação policial, deflagrada anteontem na cracolândia, foi de 51 detidos por tráfico de drogas, incluindo três adolescentes apreendidos, e mais dois pelo assalto a uma padaria. Ao todo, a polícia identificou 69 traficantes no local.
“Vamos prender os demais e continuar investigando”, disse Carlos Battista, delegado-titular da 6ª Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) do Denarc.
Foram apreendidos 12,3 kg de crack, 6,5 kg de maconha, 655 gramas de cocaína, 6g de haxixe, 18g de êxtase, dois selos de LSD, 2 kg de lança perfume e R$ 49 mil. Também foram apreendidas três pistolas (uma .45 e duas calibre 380) e dois revólveres (calibres 32 e 38).
A polícia citou ainda três homens apontados como seguranças do tráfico, mas que não foram presos na operação. Um deles é um militar desertor de Pernambuco, segundo a polícia. “Ele ficava atrás dos carros e atirava na polícia e em quem tentasse impedir os negócios. Atingiram até um jornalista há dois meses”, disse Battista.