Assaltos crescem depois de ação policial na cracolândia
Operação espalhou dependentes pelo centro. Alta nos crimes foi de 50% em delegacia da região
Os roubos e furtos aumentaram no entorno da cracolândia, na Luz, no centro de São Paulo, após a operação policial de domingo, que acabou com a feira de drogas na alameda Dino Bueno e espalhou dependentes de crack pela região. A informação é dos delegados titulares dos dois distritos que recebem as ocorrências da região —o 77º DP (Santa Cecília) e o 2º DP (Bom Retiro).
O delegado titular do 2º DP, Carlos Poli, afirmou que o número de assaltos aumentou 50% desde domingo. “Só das 8h de quarta-feira às 8h de hoje [ontem], foram 11 boletins de ocorrência de roubos e assaltos de objetos como carteiras e celulares, sem considerar quem desiste de fazer o registro”, disse.
Já o delegado titular do 77º, Francisco Castilho, também notou o aumento. “Houve reflexo da operação e aumentou um pouco o número de assaltos e furtos a veículos na região”, disse. Castilho afirmou que ainda não tem números das ocorrências. A reportagem apurou que a alta foi de 15%.
“A operação fez aumentar o número de dependentes circulando na região, e isso provoca nas pessoas uma sensação de insegurança”, disse o titular do 3º DP (Campos Elíseos), Osvani Barbosa, que também não tem números das ocorrências.
O motorista José Maria Calado, 63 anos, foi assaltado por dependentes ontem à tarde na avenida São João. “Me abordaram quando esperava no carro”, disse. O celular dele foi encontrado logo depois com usuários de drogas que haviam sido revistados por policiais.
O cozinheiro Clayton Silva Oliveira, 35 anos, foi assaltado na manhã de ontem por quatro dependentes de drogas, na esquina da rua Sete de Abril com rua Xavier de Toledo. “Um deles me pediu cigarro, quando fui dar, outros três chegaram e puseram uma faca no meu pescoço e levaram minha bolsa com celular, uniforme de trabalho, documentos e R$ 300 dinheiro”, afirmou.