Inferno em Brasília
Brasília pegou fogo, literalmente, na última quarta-feira (24).
O protesto organizado por centrais sindicais e movimentos de esquerda contra o presidente Michel Temer (PMDB) virou um palco de batalha.
Dez prédios da Esplanada dos Ministérios foram depredados ou incendiados, e 49 pessoas ficaram feridas —uma delas, baleada.
Para completar, mais uma vez a Polícia Militar demonstrou ser despreparada para situações desse tipo. Policiais chegaram ao absurdo de disparar arma de fogo contra os manifestantes.
Haja confusão! Erros de todas as partes transformaram em baderna, e quase em tragédia, o que deveria ser um ato político.
Desde os protestos de 2013 bandos de arruaceiros se aproveitam desses movimentos para fazer quebra-quebra nas ruas.
Protestar é um direito legítimo do cidadão, mas depredar ou pôr fogo no patrimônio público ou privado é coisa de criminoso. Quem faz isso merece punição.
A reação da PM, porém, também não foi aceitável. Não dá pra sair atirando no meio da multidão.
O governo também se atrapalhou ao mandar o Exército para as ruas. O trabalho de policiar não é a vocação dos Forças Armadas. Fora isso, fica a lembrança amarga dos tempos da ditadura.
No saldo de tanta lambança, a chapa de Temer esquentou ainda mais.
Já os manifestantes podem ter conseguido criar mais dificuldades para o avanço das reformas previdenciária e trabalhista.
Mas não será com vandalismo que irão mobilizar a população na luta legítima por eleições diretas.