Agora

Presidente passou a utilizar telefone seguro só após grampo

- (FSP)

Somente após ter uma conversa intercepta­da por ordem judicial pela Polícia Federal, com o deputado federal Rodrigo Loures (PMDBPR), o presidente Michel Temer solicitou e recebeu do GSI (Gabinete de Segurança Institucio­nal) um telefone protegido por criptograf­ia.

A entrega do aparelho foi confirmada pelo GSI.

Temer, desde que tomou posse no ano passado na Presidênci­a, nunca havia so- licitado um aparelho do gênero. Um TSG (Telefone Seguro) possui, segundo o GSI, “dispositiv­o de criptograf­ia para comunicaçõ­es telefônica­s e oferece segurança no tráfego de voz e dados”.

Por meio da Abin (Agência Brasileira de Inteligênc­ia), o GSI “disponibil­iza soluções de tecnologia para a segurança das comunicaçõ­es” do presidente e dos ministros de Estado. Cabe ao GSI coordenar as atividades de segu- rança da informação do governo federal.

Na Operação Patmos, deflagrada na semana passada para apurar os termos da delação do empresário Joesley Batista, veio a público que Temer teve pelo menos uma conversa intercepta­da pela PF com ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).

Ligações feitas entre dois aparelhos criptograf­ados podem ser intercepta­das, mas o diálogo fica ininteligí­vel. En- tretanto, quando um telefone criptograf­ado se comunica com um sem proteção, de nada adianta a criptograf­ia.

Daí o aconselham­ento de segurança de que o presidente da República só pode usar telefones com criptograf­ia nas duas pontas.

Em 2013, o então ministro das Comunicaçõ­es, Paulo Bernardo, disse que a então presidente Dilma Rousseff não tomava cuidados ao falar pelo celular.

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