Agora

A cracolândi­a do país do futebol

- É jornalista, ZL, equilibrad­o e pai do Basílio

Quem não torce distorce. A regra é tratar a exceção como o todo. E depois os homens da base da pirâmide é que são loucos... Um gesto animal de um indivíduo ou de um pequeno grupo vira um ato animalesco de todo um bando. Surreal. Ninguém presta. Em São Paulo, em Minas, no Rio, do Leme ao Pontal. Metonímia estúpida. A parte pelo todo. Generaliza­r para não solucionar, ato contínuo, cretino. Falta luz. Ensaio sobre a cegueira: um sinalizado­r sinaliza milhões de assassinos, que doideira. Sinal dos tempos. É a treva. Lógica corrompida, um idiota vira toda a torcida. Já era, somos todos assassinos. Como já fomos todos Cunha. Todos uma pinoia, ignóbil miopia. Análise doente que contamina. Produz eco, de forma abjeta, irradia. O futebol é a cara do país do futebol. No Fla-Flu nosso de cada dia, a rua é a maior arquibanca­da do Brasil. Quem te viu quem te vê. Sobra até pa- ra o Chico. Normalment­e quem mais critica é o picareta autointitu­lado homem de bem. Que sonega imposto, nem aí para ninguém. Os cartolas que roubam milhões são os mesmos que reclamam da violência dos “ban- didos”. Só falta encampar o discurso “direitos humanos para torcedores direitos”. Canalhice padrão Fifa. E advinha quem é a rapaziada que banca a minoria violenta? José Maria Marin, aquele mesmo, o fã do torturador Sérgio Paranhos Fleury, enquanto solto, vociferava contra a bandidagem e falava em nome da família, de Deus. É o fim. Lembra um certo país onde candidato faz campanha batendo no fim da corrupção enquanto manda primo pegar mala de dinheiro... Em qualquer clube de várzea, há um mínimo de decoro: irmã é sagrada. Não é o que se vê na política. Nem na política esportiva. É cada caso de família... É exgenro que vira presidente da CBF quando ex-sogro, experiente, faz carreira internacio­nal e vai roubar em escala mundial. Nada como um dia depois do outro, chega a vez da neta, da filha... Comitê é comitê, comitê de partido, de organizaçã­o local. Não importa a escala, o que vale é a comissão. E o que não falta é bolada nos subterrâne­os do mundo da bola. Alguém se surpreende que o gestor da prefeitura que derruba prédio com gente dentro tenha chefiado a delegação da CBF?

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