Grupo invade Secretaria da Cultura e pede saída de Sturm
Cerca de 70 pessoas ocuparam o local e diziam que só sairiam quando o secretário fosse substituído
Um grupo de manifestantes invadiu a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo na tarde de ontem. Eles pediam a saída do secretário André Sturm, da gestão João Doria (PSDB). Os manifestantes pertencem à FUC (Frente Única da Cultura).
Até o fechamento desta edição, cerca de 70 manifestantes permaneciam dentro da secretaria e diziam que não iriam se retirar do local.
“Desde quando o secretário entrou tem um processo de escuta, nada do que foi acordado e discutido foi colocado em prática. A FUC se reuniu e, diante os atos incriminatórias, racistas e preconceituosos, vemos que a única solução é a saída [de Sturm] da secretaria”, afirmou Marcelo Nobre, 26 anos, integrante da FUC.
Na segunda-feira, durante discussão com Gustavo Soares, do Movimento Cultural Ermelino Matarazzo, Sturm disse que iria “quebrar a cara” de seu interlocutor. Na terça, o secretário pediu desculpas. Sturm afirmou que o incidente ocorreu quando ele achou que haviam encontrado uma solução para o uso do espaço. “Aí me disseram que não queriam nada disso, que queriam um auxílio fi- nanceiro sem prestar contas. E começaram a me confrontar, a me confrontar e eu confesso que caí na armadilha. Tanto ele estava mal intencionado que ele estava gravando. Ele queria me estressar”, diz Sturm.
Os ocupantes prometem ficar no local. “Eu acho que talvez não se resolva hoje [ontem], mas o movimento está disposto a ficar o tempo que for preciso, uma semana, um mês, até a saída do secretário e indicação de um novo”, diz Alessandro Azevedo, 48, um dos ocupantes.
Outro lado
A Secretaria Municipal de Cultura lamentou em nota, divulgada no começo da noite, a ocupação do edifício.
No texto, a SMC diz que o secretário André Sturm precisou fazer uma “barricada” para impedir a invasão de seu gabinete pelos manifestantes, e que a Guarda Civil Metropolitana foi chamada a fim de negociar uma “desocupação pacífica”.