Heroína desperta debate feminista
A Mulher-Maravilha foi criada nos anos 1940 pelo americano Maxwell Gaines (19221992). De lá para cá, muita coisa mudou. Inclusive a forma como o público a vê. Representante das mulheres em meio a heróis homens provenientes dos quadrinhos, a personagem desperta a simpatia feminina, mas também gera algumas críticas por não se adequar a um símbolo politicamente correto para as questões do mundo moderno.
“Ela vai resolver sozinha todos os problemas do mundo e ainda está dentro dos rígidos padrões de beleza. O filme reforça estereótipos machistas”, lembra Carla Vitória, 25 anos, representante da Marcha Mundial das Mulheres.
Para a jovem, as meninas da nova geração podem ter melhores referências. “A heroína pode se parecer mais com uma mulher de verdade. E há outro ponto. A maioria dos personagens dos quadrinhos tem como destaque a sua habilidade. O Flash tem esse nome pois é veloz. A Diana é só mulher, como se ela existisse como cota no mundo dos heróis.”
As motivações da MulherMaravilha também passam longe das ideias do professor de história e sociologia Ricardo Bitencourt, 37 anos. “Não há nada de revolucionário. Ela está lutando uma guerra que é dos homens e ainda colocaram nela uma roupa fetichista.” Para ele, há melhores exemplos de mulheres poderosas, como imperatriz Furiosa (Charlize Theron) de “Mad Max: Estrada da Fúria” (2015). “É uma personagem que tem uma causa maior, luta pela sobrevivência da humanidade.”