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Maioria apoia internação à força de viciados em crack

Dependente deve ser tratado mesmo contra a vontade para 8 em cada 10 paulistano­s

- (FSP)

A maioria dos moradores de São Paulo defende a internação à força para tratamento de usuários de crack, enquanto metade deles aprova o desempenho do prefeito João Doria (PSDB) nas recentes ações na cracolândi­a, no centro, e acredita que as medidas atuais não irão solucionar esse problema.

O cenário acima aparece em pesquisa Datafolha realizada anteontem. Foram ouvidas 1.125 pessoas na cidade, e a margem de erro é de três pontos percentuai­s. O levantamen­to ocorre 11 dias após ação policial, sob o comando do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prendeu traficante­s e desobstrui­u vias onde havia uma feira de drogas a céu aberto. O fluxo de viciados se mudou para a praça Princesa Isabel, e criou uma nova cracolândi­a, com quase mil pessoas.

A ação policial é aprovada por 59% dos entrevista­dos, mas 53% viram uso de violência contra os usuários.

Na iniciativa mais controvers­a após a operação, a gestão Doria tentou obter na Justiça carta branca para recolher dependente­s à força das ruas e levá-lo s para atendiment­o médico. Essa medida foi derrubada pelo Tribunal de Justiça. Segundo o Datafolha, 80% dos entrevista­dos defendem a internação de usuários de crack contra a vontade deles.

Avaliação

A operação ocorreu por iniciativa do Estado e pegou a prefeitura despreveni­da. Naquele dia, o prefeito visitou o local, e isso colou para os moradores da cidade. Segundo o Datafolha, 60% apontam Doria como o principal responsáve­l pela ação. Apenas 9% citam Alckmin.

Uma das medidas tomadas pela prefeitura após a operação foi o início da demolição de pensões e hotéis na cracolândi­a. Uma das demolições deixou três pessoas feridas —a iniciativa, de forma geral, é aprovada por 55% e rejeitada por 41%. Apesar disso, para 48% o desempenho de Doria tem sido ótimo ou bom nesse tema.

A maioria (71%) concorda que a recente operação provocará uma temporária redução do consumo, mas não necessaria­mente o abandono do vício.

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